Caracterizada como a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos), a tendinite costuma comprometer, usualmente, ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo, e pode ser aguda (história de dor recente – até 45 dias) ou crônica.
Geralmente, a doença se manifesta pela presença de dor no local, que pode irradiar para toda a musculatura ao redor. A dor pode piorar com o movimento e resultar em diminuição da força.
Nesta reportagem, será possível entender as causas, formas de diagnósticos, tipos e tratamentos (medicamentosos ou não), além de maneiras de prevenção para a tendinite. Acompanhe!
O que provoca a tendinite? Quais são as causas?
A causa mais comum da tendinite é o trauma local ou excesso de esforço durante trabalho ou atividade física, fenômeno conhecido por “overuse”.
A doença acontece, primordialmente, se o paciente tem um mau condicionamento físico, má postura, ou usa o membro afetado em uma posição forçada e desajeitada.
A tendinite ocorre, assim, a partir de um esforço repetido em excesso, causando a inflamação das fibras que unem os músculos aos ossos. Qualquer pessoa que execute movimentos repetitivos, seja em casa ou no trabalho, são as principais vítimas das lesões de partes moles.
Contudo, vale reforçar que a tendinite pode ter origem não apenas por conta de exercícios físicos em excesso ou com técnica/material inadequado, como também por conta de doenças autoimunes; predisposição genética; ou alterações constitucionais do colágeno.
A patologia está relacionada com ocupações e com atividades que exigem esforços repetitivos. São exemplos, os jogadores de vôlei e de tênis, pianistas, dançarinos, operários e profissionais de informática, por exemplo.
Somado a um bom exame clínico, o diagnóstico da tendinite requer não apenas o levantamento da história do indivíduo – que vai evidenciar a prática de movimentos repetitivos – como também a realização de exames complementares de imagem, como radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética da região afetada.
Estes exames são capazes de apontar, exatamente, o tendão acometido pela inflamação e o grau da lesão.
O sintoma característico da tendinite é a dor. Dependendo de onde a inflamação está localizada, há também sensibilidade da área, inchaço e rigidez.
Assim, se o paciente já sentiu uma dor forte em alguma articulação, é preciso procurar um ortopedista para que o problema seja diagnosticado e tratado corretamente.
Os acometidos pela doença também podem sentir espessamento do tendão acometido, vermelhidão, calor local, dificuldade de movimentação e redução da força.
Também podem aparecer dificuldades em realizar determinados movimentos ou fraqueza muscular.
Mais comum entre indivíduos com idade entre 40 e 50 anos, a tendinite no ombro provoca dor em toda a articulação ou em um local específico da região, podendo irradiar para o braço.
Disfunções no ombro geram dor e redução da mobilidade articular e, em consequência, afetam de forma negativa a capacidade funcional, as atividades laborais e a qualidade de vida das pessoas (MOUSAVI, et. al, 2008).
Os sintomas se intensificam ao realizar movimentos que envolvem os ombros, como levantar os braços. Desse modo, também é recorrente a diminuição da força muscular local.
Para descobrir a causa da dor no ombro, o exame físico realizado pelo médico é o mais importante. Por meio dele será possível identificar a localização da dor, o grau de limitação da movimentação e a presença de crepitações, conhecidas popularmente por ‘estalos’.
Caso seja necessário, o médico também pode solicitar exames complementares, como raio x, ultrassom e ressonância magnética.
O tratamento inicial da tendinite do ombro tende a ser conservador e, geralmente, melhora com o uso de medicamentos prescritos pelo médico, fisioterapia bem executada e mudança de atividades que envolvam o braço acima da cabeça. Se a dor for intensa ou refratária, também podem ser realizadas infiltrações com corticoide no ombro.
A tendinite patelar, também conhecida como joelho do saltador, geralmente atinge atletas com atividades que requerem a extensão súbita do joelho, como corrida, salto e chutes, levando a microtraumas no tendão patelar.
A dor após a prática esportiva é um sintoma recorrente em casos de tendinite patelar e os sinais tende a desaparecer com o repouso. Contudo, casos mais graves podem levar à incapacidade total do mecanismo extensor do joelho e até ruptura do tendão patelar.
O diagnóstico da doença é basicamente clínico, entretanto, o médico pode solicitar radiografia, cintilografia, ultrassom e tomografia computadorizada para confirmar o quadro.
A ressonância magnética é o exame de escolha, por possibilitar a localização exata e objetiva da lesão.
Inicialmente, o tratamento é conservador, priorizando o afastamento da atividade física e repouso. Também podem ser usados anti-inflamatórios não hormonais e fisioterapia.
A dor lateral no quadril é extremamente recorrente, envolvendo dois casos a cada mil pacientes. Em 80% dos quadros, os pacientes são do sexo feminino, acima dos 50 anos de idade.
O sintoma mais comum é dor ao dormir de lado sobre o quadril inflamado. Nesses casos, o paciente pode sentir queimação e desconforto, impedindo a permanência nessa posição por período prolongado e podendo acordar o paciente.
A sensibilidade da região pode ser desencadeada com esforços, como andar, sentar e levantar, subir e descer escadas. Igualmente, a sensação de fraqueza pode ocorrer após longos períodos com dor e limitação funcional.
Casos extremos podem levar ao rompimento parcial ou total dos tendões, que geram, como consequência, alterações do caminhar (“mancar”).
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica, contudo, exames de imagem, como radiografias, ultrassom e ressonância magnética, podem ser solicitados.
O tratamento é inicialmente clínico e inclui repouso, aplicação de gelo, uso de analgésicos e anti-inflamatórios.
A fisioterapia pode ser usada não apenas para alívio da dor com aparelhos, como também para fortalecer e reequilibrar a musculatura.
Caracterizada como uma inflamação dos tendões localizados na articulação do pulso, esse tipo de tendinite é considerada uma Lesão por Esforço Repetitivo (LER), ocorrendo, frequentemente, devido ao uso frequente da região.
Além da dor no pulso, a doença pode trazer, inchaço ao redor da articulação local, calor e vermelhidão dos tendões e sensações de moagem (crepitação) com o movimento dos tendões.
O tratamento para a tendinite no pulso pode envolver repouso, gelo, analgésicos, fisioterapia e, em alguns casos, injeções de esteroides.
Também conhecido como tendão de Aquiles e descrito popularmente como tendinite no pé, o tendão do calcâneo é um dos mais fortes do corpo.
Constituído pela musculatura posterior da perna, ele é essencial para atividades como caminhada e corrida, arrancadas e também atua na absorção do impacto após saltos.
Desse modo, a inflamação do tendão de Aquiles (tendinite do Aquiles) é uma queixa recorrente em corredores, saltadores e indivíduos que praticam atividade física somente nos finais de semana.
Entre os sintomas, da tendinite do calcâneo está a dor local, associada e edema e aumento de volume na região.
É comum que a dor se intensifique após a atividade física e que exista um incômodo importante ao levantar da cama. Em contrapartida, quando o processo inflamatório é intenso, pode ocorrer dor mesmo em repouso.
6. Tendinite na mão
Primordialmente, ocorre por conta da sobrecarga do tendão por uso repetitivo em excesso. Dessa maneira, são formados microtraumas que acontecem diversas vezes e provocam a inflamação do local.
Esse fator, atrelado não apenas à falta de alongamento, como também de cuidados com a região agrava os casos, podendo ocasionar a cronicidade da doença.
Nesse sentido, a tendinite na mão está relacionada, assim, às Lesões por Esforço Repetitivo (LER). Essas lesões ocorrem em trabalhadores que utilizam repetidamente o mesmo movimento das mãos, como por exemplo dentistas, pintores e pessoas que passam longos períodos digitando.
O principal sintoma de pacientes que apresentam quadros de tendinite na mão é a dor local, que, igualmente, pode irradiar para os músculos ao redor.
Além disso, podem ocorrer não apenas formigamentos – sensação de mão dormente –, como também fraqueza na hora de segurar/manipular objetos, inchaço e vermelhidão.
Primordialmente, nos casos agudos, com crises isoladas ou únicas, o tratamento inclui repouso, aplicação de gelo e uso de remédios (anti-inflamatórios via oral ou em pomadas, por exemplo).
Como é feito o diagnóstico da tendinite?
Com a história e exame físico detalhados feitos pelo médico, já é possível o diagnóstico.
Alguns exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, podem auxiliar na confirmação do diagnóstico e na avaliação da gravidade da lesão.
O tratamento da tendinite é dividido de acordo com o grau da doença, em medidas para aliviar a dor, atitudes para evitar que a dor volte e tratamento medicamentoso.
O tratamento para o grau 1 é conservador, com fisioterapia e fortalecimento.
Para o grau 2, o tratamento conservador precisa estar associado ao uso de medicações (anti-inflamatórios e analgésicos) prescritas pelo médico. Já o grau 3 exige cirurgia.
A fisioterapia, além de ser parte do tratamento, também pode ser usada como prevenção. Mas, até o grau 2, a fisioterapia é imprescindível para a melhora clínica do paciente, inclusive nos casos pós-cirúrgicos causados pela ruptura total do tendão.
São diversas especialidades da fisioterapia que podem auxiliar no tratamento. Entre elas, pode-se citar a traumato-ortopédica, fisioterapia manipulativa, cinesioterápica, do esporte, terapia manual, eletrotermofototerapia, hidroterapia e acupuntura.
Na fase aguda, pode ser necessário até mesmo restringir os movimentos da área afetada. Além disso, o uso de anti-inflamatórios hormonais e não hormonais pode ser necessário, lembrando que ainda pode-se lançar mão de medidas como terapia ocupacional e fisioterapia.
Em casos mais graves, como na ruptura do tendão, a cirurgia é parte do tratamento.
Quando é impossível realizar os movimentos repetitivos, o ideal, dessa forma, é programar pausas regulares para deixar os tendões descansarem.
O período de pausa pode ser usado não apenas para realizar alongamentos da região comprometida, como também para estimular a circulação.
A saber, um profissional habilitado poderá indicar exercícios específicos para proteger os tendões. A ideia, nesse sentido, é que os músculos sejam fortalecidos.
Na prática esportiva e de exercícios, é essencial não apenas aquecer, como também alongar devidamente o corpo antes da atividade.
Além disso, é recomendado que se reduza, gradativamente, o ritmo e que o alongamento seja repetido. Desse modo, a tensão é eliminada e não há paradas bruscas.
Existem produtos e equipamentos que podem ser utilizados para proteger os tendões durante práticas esportivas e atividades. Nesse sentido, entre eles, estão as luvas ortopédicas, palmilhas, tornozeleiras, entre outros.
Para pessoas que trabalham sentadas por muitas horas e usam computadores, mouses, teclados e monitores adaptados ajudam a evitar que o corpo trabalhe demais.
Além disso, é recomendável investir em uma cadeira confortável e que deixe, assim, a postura correta.
Deve-se praticar uma alimentação saudável e uma dieta balanceada para evitar não apenas o sobrepeso, como também para que o corpo se mantenha nutrido pelas vitaminas que precisa, e evitem-se complicações.
A tendinite é uma inflamação do tendão provocada por agentes químicos ou mecânicos. Esta lesão provoca, dessa forma, dores, dificuldades de movimentação articular e inchaço, seguidos de vermelhidão.
Já a bursite é a inflamação da bursa, uma bolsa que age como um “amortecedor”, diminuindo o atrito entre os músculos, tendões e ossos no entorno das articulações. Primordialmente, dores e dificuldade de locomoção da área atingida são os principais sintomas.
Segundo dados obtidos pela Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, cerca de 30% a 40% de todos os atendimentos em ambulatórios e centros de dor se referem a afecções musculoesqueléticas, e as tendinites compõem esses dados.
Alguns fatores podem predispor esta inflamação, como pé cavo, sobrepeso, pessoas com alongamento ruim, atividades repetitivas de impacto.
A tendinite costuma comprometer, usualmente, ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo, podendo ser aguda (história de dor recente – até 45 dias) ou crônica.
É caracterizada como a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos).
Segundo dados obtidos pela Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, cerca de 30% a 40% de todos os atendimentos em ambulatórios e centros de dor se referem a afecções musculoesqueléticas, e as tendinites compõem esses dados.
Contudo, a doença tem uma série de opções de tratamento que podem ser feitos, inclusive, de forma multidisciplinar, com o auxílio de um especialista, e via medicamentos anti-inflamatórios.
Há, inclusive, práticas de prevenção, como controle do peso com hábitos de vida saudáveis, evitar a repetição de movimentos, e realizar alongamentos diariamente. Ao persistirem os sintomas, o médico deve ser consultado.
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